Caindo no seu mundo
A aldeia de Konoha estava quieta e
agradável naquela noite. O céu estava com poucas nuvens, mas nada que
atrapalhasse a beleza da lua. O vento corria forte pelas vielas e refrescava as
casas que invadia. Mas, nem tudo estava bem para um menino de doze anos que
vivia naquele lugar e tinha grandes sonhos e fortes objetivos de vida. Seu nome
era Naruto, Uzumaki Naruto. Ele era órfão e as pessoas da sua vila não gostavam
muito dele. Mesmo sem entender o porquê, ele busca ser um grande líder ninja,
que é denomidado Hokage. Sempre foi um garoto hiperativo e com personalidade
forte, esperto e esforçado.
Sempre que precisava fugir de alguma
coisa, corria para a floresta. A imensidão verde o trazia segurança e o deixava
mais confortável. Aquele dia não tinha sido muito bom pra ele, mas um dos seus
professores lhe deu um conselho que poderia mudar seus erros. No meio de tantos
pensamentos tristes e chateados, havia uma luz.
– Eu não acredito que fui o único da
escola que fui reprovado no exame de jutsu hoje! Acho que realmente terei que
seguir o conselho do Mizuki-sensei e procurar o tal pergaminho com os jutsus
que me farão ser um grande ninja! – disse Naruto, sentindo a brisa amaciar sua
pele e correr entre os fios do seu cabelo.
“Não vai adiantar nada ficar parado
aqui”, foi o que ele disse para si mesmo antes de partir no rumo à casa do
terceiro Hokage da aldeia, que era um grande líder e guardava muitos
pergaminhos valiosos em sua casa. Seus amigos se saíram bem no teste do jutsu
de clones das sombras e tudo o que ele conseguiu foi fazer clones horríveis e
sem vida. O único jutsu que ele executou com perfeição foi o Sexy no jutsu. Um
jutsu que ele mesmo tinha criado que o transformava numa bela mulher, com seios
grandes e fartos, cintura fina e coxas grossas. Ele se gabava por isso. Os
homens ficavam admirados e espantados ao mesmo tempo e acabavam desmaiando com
tamanha beleza. Entretanto, não era esse o jutsu que o faria passar no teste.
Foi pulando de telhado em telhado, sabia
bem o caminho que deveria fazer. Avistou a casa do terceiro Hokage e notou uma
janela meio aberta. Subiu bem devagar no alpendre e foi andando ali por cima
grudado à parede e com passos leves para não levantar suspeitas. Levantou
vagarosamente a janela e colocou a perna direita pra dentro da casa. Tocou ao
chão como uma pluma de ganso e depois passou todo o corpo. Fechou a janela bem
devagar e deu um suspiro. “Primeira fase concluída com sucesso”, pensou.
A casa era gigante. Deu uma última
olhada para a lua e virou o corpo para analisar melhor corredor que se estendia
tanto para a esquerda quanto para a direita. Naruto não sabia pra onde ir, mas
escolheu ir pro seu lado direito. Deu alguns passos, mas algo o fez perceber
que não estava ali sozinho. Ficou imóvel por um tempo e deu mais um passo, mas
foi interrompido por uma voz.
– O que você está fazendo na minha casa
e nessa hora?
Naruto sentiu um arrepio subir pelas
suas costas, pois não precisou olhar para trás para saber quem era. A voz era
única e ele estava muito encrencado. Nada mais que o próprio Hogake o pegara no
flagra. “E agora, o que faço?”. No desespero e numa tentativa de ganhar tempo,
só conseguiu pensar uma única coisa que serviria como ajuda e era o jutsu que
ele tinha muita prática. Ele fez os movimentos certos com as mãos e gritou bem
alto, virando-se para sua vítima.
– Sexy no justu! – conjurou, se
transformando numa mulher nua com corpo bem sensual e uma beleza muito atraente.
Quando Naruto se deu conta, o Terceiro
Hokage estava caído ao chão, com o nariz a sangrar de tanta surpresa que
sentira naquela hora. “Onde esse menino aprendeu a virar uma mulher gostosa”,
pensou o Hogake, abatido. Naruto não perdeu tempo e correu pelo corredor
abrindo e fechando as portas até achar a sala onde estava o pergaminho. Uma
sala gigante de treinamento, depois uma sala de repouso e meditação, uma área
pro jardim. “De onde esse velho tira tempo pra usar todos estes lugares”. Por
sorte, não demorou pra encontrar o lugar certo. Era uma sala com várias
estantes e com inúmeros pergaminhos.
– Pergaminho, aí vou eu! – disse Naruto.
Já tinha passado um tempo desde que
começou a buscar pelo pergaminho certo. Como já tinha sido descoberto, nem
perdeu tempo arrumando os pergaminhos que não o interessava. Jutsus e
memorandos e assuntos importantes... Em algum os pergaminhos que pegara, leu
algo sobre um demônio de nove caudas que apareceu na aldeia e matou muitas pessoas.
“Ele guarda história de terror junto com estes pergaminhos? Esse velho é mesmo
estranho”. Na última prateleira de uma das estantes, quando já estava quase a
desistir, encontrou o pergaminho valioso. Era um pergaminho grande, quase do
tamanho do tronco do corpo dele, branco com bordas pretas, bem grosso e um
pouco pesado. “Agora tenho que dar o fora daqui”. A primeira janela aberta que
viu foi a saída perfeita.
Correu o mais rápido que pôde para
dentro da floresta, onde não seria fácil de achá-lo e onde era seu abrigo.
Olhou rapidamente pra trás porque pareceu sentir a presença de alguém, mas
quando tirou o pergaminho das costas e colocou sobre a grama, notou que não era
alguém e sim o poder que o próprio pergaminho tinha. Pra estar sobre a guarda
de algum Hokage, não deve ser qualquer pergaminho. O primeiro jutsu que
encontrou era o jutsu do clone das sombras, justamente seu pior jutsu e o jutsu
que precisava treinar. Reclamou consigo mesmo, mas continuou a olhar os outros
jutsus ali escritos. A curiosidade o fez esquecer do motivo que estava ali. Nem
pensou na hipótese de alguém estar a correr atrás dele. Eram muitas técnicas e
muitos jutsus e todos interessantes, porém um deles chamou sua atenção.
– Jigen no jutsu? O que será isso pode
fazer? – disse um pouco intrigado com aquilo. – Aqui diz que não deve ser usado
sem ter uma boa experiência no controle do chakra e domínio nos jutsus. AH! Não
deve ser tão difícil assim! Jutsu da dimensão. Dimensão de quê? Deve ser pra
aumentar ou diminuir alguma coisa. Vou tentar fazer esse só pra ver como é e
depois treinarei o jutsu dos clones das sombras. É só fazer isso... depois
isso... Entendi! Vai ser moleza. Vou tentar aumentar o tamanho daquela árvore
ali.
Ele ficou no sentido da árvore e fez os
movimentos que estavam no pergaminho, gritando o nome do jutsu e impulsionando
seu chakra para fora. Contudo, a árvore não estava aumentando de tamanho, na
verdade, ela estava ficando distante dele. Todas as árvores começaram a ficar
distantes. Seus pés perderam o chão e percebeu que a grama que ele estava a
pisar não existia mais. Sacudiu os braços e as pernas para todos os lados na
tentativa de segurar em alguma coisa, mas não obteve sucesso. Tudo ficou bem
escuro e sua voz foi sumindo, até que perdeu a consciência.
Sentiu uma leve tensão nos músculos,
causando dor. Naruto não sentia muito bem as partes do seu corpo. Foi abrindo
os olhos lentamente e uma luz bem forte estava ofuscando seu desempenho em
enxergar melhor onde estava. Olhou para os lados e viu uma placa. “Clínica
Kurosaki”. Não sabia bem se estava lendo corretamente, mas parecia aquilo. Era
dia, mas ele não estava na floresta à noite? Percebeu que estava deitado e
decidiu levantar. Uma tonteira o alcançou e ele massageou a testa na esperança
que aquilo minimizasse o incomodo. Fechou os olhos mais uma vez e os abriu
melhor agora. Era um cômodo diferente dos que ele estava acostumado a ver;
bonito e com um visual novo.
– Hey, tudo bem com você? – uma voz
masculina veio ao lado dele e ele nem tinha percebido. Era um menino, parecia
mais velho que ele. Cabelo laranja e rosto um pouco fino, olhos castanhos. Alto
e magro, mas não tão magro. Estava com uma expressão de preocupação.
– Onde estou? Quem é você? – Naruto
perguntou, agora um pouco mais espantado.
Olhou de novo para o cômodo e aquilo o
fez comparar com uma enfermaria. Tinha um lugar pra deitar, ataduras e
remédios, alguns armários e coisas que ele não sabia o que era.
– Calma, fique tranquilo. Está tudo bem
agora. Trouxe você da rua e o deixei descansar. Nem fui pra escola pra ficar de
olho em você. Estava caído no chão, perto daqui de casa. Você está na cidade de
Karakura, não conhece por aqui? Vamos subir pro meu quarto, não quero que meu
pai ou minhas irmãs o vejam assim. Eles vão estranhar muito mais do que eu já
estou estranhando. Por que você está vestido assim? Estava indo pra algum
evento cosplay? – respondeu o rapaz.
– Cosplay? Minha roupa não é estranha!
Olhe pra cor do teu cabelo! – Naruto respondeu da maneira estressada dele.
Subiram uma escada e chegaram ao quarto
do rapaz.
– Deite aí na cama – disse o menino de
cabelo laranja. – Agora me diga o que houve contigo.
– Eu não sei dizer bem ao certo o que
houve. Era noite na minha aldeia, eu rou... eu peguei um pergaminho emprestado.
Eu juro que ia devolver assim que aprendesse o jutsu do clone das sombras! –
Naruto tentou explicar, mas estava enrolado com tudo o que tinha acontecido até
aquele momento.
– Ninguém está te acusando de nada.
Seria melhor se você tivesse continuado em coma – comentou baixo. – Que aldeia
é essa que você veio? Não usou nada ilícito não, né menino?
– Tá me chamando de drogado, é? – gritou
Naruto.
– Você não está podendo reclamar, estava
que nem uma menina loura oxigenada indefesa esticada na calçada. Agora me fale
sobre você. Como você se chama? Qual o nome da sua aldeia?
– Me chamo Naruto, Uzumaki Naruto, tenho
doze anos. Vim da aldeia Konoha. Eu quero muito ser um grande ninja e me tornar
Hokage.
– Ninja? Hokage? Acho que temos muito
que conversar. Eu tenho 15 anos e me chamo Ichigo. Kurosaki Ichigo.
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